Exposição “Memórias”
Galeria Palpura
Fevereiro / Março de 2003

voltar
“Memórias”

Na tranquilidade do seu espaço, movido por memórias ricas, chega-nos um mundo de cor fragmentado. Pinta-se de uma forma poética, com pinceladas pequenas e firmes, água... muita água, no mar, num rio, numa praia, num cais... ah memórias de paixão!

A beleza das composições tranquilas e livres, apresentadas nesta exposição, confirmam o caminho escolhido e cada vez mais pisado, vincado pelo desejo de pintar a paisagem urbana ou selvagem, sempre com a ausência do elemento humano, numa melancolia real, com uma sensibilidade naturalmente feminina e que nos toca profundamente, utilizando para tal um expressionismo deliberado, cuidadosamente trabalhado. O imobilismo das suas paisagens contrapõem em justo ponto um mundo frenético com que vivemos hoje, como de uma fuga se tratasse, o tal sítio que procuramos... nos fins de semana e raramente encontramos.

Sendo os casarios e castelos uma marca indiscutível da primeira fase da pintura de Maria Amaral, o que realmente distingue a sua obra, é a utilização da fragmentação da cor como de colagens se tratasse, fazendo desta técnica a sua verdadeira imagem de marca, independentemente do suporte que utiliza ou ainda dos temas que livremente escolhe para nos apresentar.

- Paulo Alarcão -
Lisboa, Janeiro de 2003