Foi como paisagista que Maria Amaral atingiu um nível assinalável, mas, na sua rebeldia e incapacidade de se acomodar ao tema, dá-nos de quando em quando, provas da sua inquietação como pintora e, surge com temáticas diferenciadas, onde para alem da motivação pictórica, coloca, em primeiro lugar, a necessidade da experimentação de materiais e emoções.
Depois dos castelos, dos barcos, das flores, das mascaras apócrifas, e dos céus calmos e tempestuosos, temos agora uma incursão pela pintura animalista.
Galos e galinhas são os novos personagens, onde a paisagem tem um papel subsidiário, cenários rurais, a aldeia, como nas paisagens dos séculos XVIII e XIX.
Nas suas experiências, Maria Amaral executa, também, colagens que a obrigam a uma síntese na definição das imagens conseguindo efeitos surpreendentes.
Fascinada pelas aves, das quais capta a espontaneidade, levando a representação para além do meramente decorativo, superando os aspectos puramente anedóticos, fazendo a distinção entre a obra de arte e um objecto meramente vulgar.
Na técnica mista é notável a importância das texturas, retratando as aves como damas emplumadas, com grande qualidade pictórica, conferindo ao tema uma linguagem que ultrapassa a pouca importância dos modelos, enriquecendo os plasticamente.
A obra nasce independentemente do seu significado!
José Cândido ( Prof. F.B.A.L.)
# G XLI/07
A crílico/tela
120x90cm